sexta-feira, 31 de julho de 2009

O POVO DE ISRAEL

Por F. Gfeller

Fonte:

In Leituras Cristãs Volume XXXIII

Embora o pensamento de Deus tenha sido o de Se revelar a toda a Criatura, escolheu um povo para receber essa revelação. Foi escolhido segundo a sabedoria de Deus e não por causa de uma qualificação particular. A sua História demonstra claramente que o privilégio de se ser depositário dos oráculos de Deus não requer, de início, um carácter especial de nobreza moral.

a) A Sua Origem

Entre a família humana surgida de Noé, após o dilúvio, Abraão foi o primeiro a ser interpelado por Deus. O conhecimento do verdadeiro Deus tinha-se esbatido, misturando-se com a idolatria nascente. Naquele tempo, o testemunho de Deus era transmitido oralmente, de uma geração a outra. Apesar da longevidade da vida de então, que permitia que, pelo menos, seis gerações pudessem conviver, esta transmissão oral da Palavra de Deus não estava isenta de profundas falsificações. Por isso tornava-se indispensável uma revelação particular da parte de Deus, assim como a acção do Espírito Santo para tornar possível a manutenção da relação entre o homem e Deus.

A chamada de Abraão dá-nos a conhecer dois factos de fundamental importância: a separação, "sai da tua terra e de entre a tua parentela" e a obediência da fé, "e dirige-te à terra que eu te mostrar" (Actos 7:3). São-lhe feitas promessas sem condição alguma em relação com a sua descendência. Essas promessas são depois renovadas a Isaac e a Jacob, que devem ainda esperar o seu cumprimento num país onde são estrangeiros. A história destes três patriarcas está cheia de ensinamentos, e o leitor conhecê4os-á com proveito, lendo o capítulo 12, e seguintes, do livro de Génesis.

Portanto, com Abraão, Isaac e Jacob temos a origem do povo de Israel. O nome de Israel foi dado a Jacob após os seus memoráveis encontros com Deus, aquando do regresso do exílio (Génesis 32:28 e 35:10). Os doze filhos de Jacob converteram-se nos pais das doze tribos de Israel, cuja História enche o Antigo Testamento.


b) A Sua Organização

Como Deus já tinha dito a Abraão, os descendentes do patriarca habitariam durante muito tempo num pais estrangeiro, onde seriam submetidos à escravidão. Isto teve lugar no Egipto, para onde José foi vendido pelos próprios irmãos e onde chegou a ser o Governador do país. Depois de ter chamado para junto de si a sua família, para a livrar da fome, José morre e dá-se uma mudança de dinastia no Egipto. A opressão e a escravatura vieram a ser a porção deste povo, que se tinha tornado muito numeroso durante esse longo tempo. Então Deus suscitou a Moisés, a quem a providência divina introduziu na corte do Faraó, para que ali recebesse todos os conhecimentos que o povo egípcio possuía. São assim os caminhos de Deus, que queria dotar a Israel de um libertador para o conduzir e o ensinar; e não só isto, mas também formar um legislador que escrevesse as leis que Ele lhe ditaria, para as comunicar ao povo.

O advento de Moisés e a revelação que Deus lhe faz no Monte Horeb, diante da sarça ardente, são o ponto de partida da relação de Deus com Israel; mas a saída do Egipto, com o sacrifício da Páscoa e a travessia do Mar Vermelho também fazem parte desse ponto de partida, sob o ponto de vista humano. Desde que o sangue do cordeiro pascal foi espargido à entrada das casas israelitas, o povo foi separado para ser libertado. E uma vez saído do Egipto, através do Mar Vermelho, é conduzido pelo próprio Deus, para vir a ser introduzido na terra prometida a Abraão.

Um povo de mais de dois milhões de pessoas carecia de uma legislação adequada. Porém, como provê-la? É Deus que, mais uma vez, pela disposição dos anjos, dá ao Seu povo uma lei que ficou como um modelo no seu género até aos nossos dias. Nada foi deixado à mercê da fantasia do homem. Tudo assenta sobre o que Deus ordenou a Moisés, quer no Monte Sinai, quer no meio do tabernáculo do testemunho. Tanto para o culto como para a vida corrente, os ensinamentos são sempre comunicados por Deus.


c) O Seu Destino

O pensamento de Deus em relação ao Seu povo foi comunicado a Abraão, foi mencionado a Moisés e foi confirmado uma infinidade de vezes pelos profetas. Foi objecto do louvor de Israel à beira do Mar Vermelho: "Tu os introduzirás, e os plantarás no monte da tua herança, no lugar que tu, ó Senhor, aparelhaste para a tua habitação, no santuário, ó Senhor, que as tuas mãos estabeleceram" (Exodo 15.17). Tal pensamento consistia em morar no meio do Seu povo e em que este fosse totalmente feliz à Sua volta.

Para tornar possível o cumprimento deste desígnio de amor, Deus utilizou todos os meios, indo ao ponto de enviar o Seu Unigénito Filho, mas foi tudo em vão: A lei foi violada, os profetas não foram escutados, e o Filho foi assassinado! Que resta, pois? Cumprirá Deus as Suas promessas, apesar de tudo? A constante rebelião do Seu povo não fará com que os Seus pensamentos mudem em relação a ele? A única resposta a estas perguntas reside na misericórdia divina, como lemos em Romanos 11: " Porque os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis. Porque assim como vós, também, antigamente fostes desobedientes a Deus, mas agora alcançastes misericórdia, pela desobediência deles, assim também estes, agora, foram desobedientes, para também alcançarem misericórdia, pela misericórdia a vós demonstrada. Porque Deus encerrou a todos debaixo da desobediência, para com todos usar de misericórdia... Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos! " (Romanos 11:29-33).

O profeta Miqueias já o declarara no final da sua mensagem: "Quem, ó Deus, é semelhante a ti, que perdoas a iniquidade, e que te esqueces da rebelião do restante da tua herança? O Senhor não retém a sua ira para sempre, porque tem prazer na benignidade. Tornará a apiedar-se de nós; subjugará as nossas iniquidades, e lançará todos os nossos pecados nas profundezas do mar. Darás a Jacob a fidelidade, e a Abraão a benignidade, que juraste a nossos pais, desde os dias antigos" (Miqueias 7:18-20).

Sim, Deus abençoará o Seu povo quando este se voltar para o Senhor, a Quem crucificaram, e quando, com a mais profunda humildade, confessarem o seu crime (veja-se Zacarias 12:10-14). O Senhor Jesus aparecerá em glória perante os olhares admirados do Remanescente futuro, que Lhe dirá: "Que feridas São essas nas tuas mãos?" E Ele responderá: "São as feridas com que fui ferido, em casa dos meus amigos (Zacarias 13: 6). Será então estabelecido o Reino de Justiça e Paz, pelo qual o mundo inteiro suspira, e que levará Israel a desfrutar finalmente das promessas feitas a Abraão há uns quatro mil anos.


d) O Privilégio Deste Povo

Actualmente Israel ainda está em estado de desgraça. O profeta Oseias, já o anunciara, ao dizer: "Põe-lhe o nome de Lo-ruhama, porque eu não me tornarei mais a compadecer da casa de Israel... Póe-lhe o nome de Lo-ammi, porque vós não sois meu povo, nem eu serei vosso Deus" (Oseias 1:6 e 9). (Lo-ruhama significa Desfavorecida, e Lo-ammi quer dizer Não-meu-povo).

No entanto este estado não impede que a bondade de Deus se manifeste sempre para com todo aquele que, de coração contrito, para Ele se volte, seja Judeu ou Gentio. Mas o reatamento das relações privilegiadas de Deus com Israel não terá lugar senão mais tarde, quando a Igreja estiver completa e todos os seus membros reunidos, Judeus e Gentios: "Não quero, irmãos, que ignoreis... que o endurecimento veio, em parte, sobre Israel, até que a plenitude dos Gentios haja entrado. E assim, todo o Israel será salvo... Assim que, quanto ao Evangelho, são inimigos, por causa de vós; mas, quanto à eleição, são amados, por causa dos pais. Porque os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis" (Romanos 11:25-29).

Este povo, colocado sob o Juízo de Deus por causa da sua desobediência, continua sendo, não obstante, um povo privilegiado! "Logo, qual é a vantagem do Judeu? Ou qual a utilidade da circuncisão? Muita, sob todos os aspectos, mas principalmente porque aos Judeus foram confiados os oráculos de Deus" (Romanos 3:1-2). Também se diz de Israel: "Dos quais é a adopção de filhos e a glória, e os concertos, e a lei, e o culto, e as promessas; dos quais são os pais, e dos quais é Cristo, segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente" (Romanos 9:4-5).

As profecias relativas a Israel enchem a Palavra de Deus. Foram proferidas, desde os tempos antigos, quer pelo próprio Deus, quando Se dirigiu aos patriarcas, quer por Jacob, no magnífico capitulo 49 de Génesis, quer por Balaão nos capítulos 23 e 24 de Números, onde lemos, entre outras coisas: "Eis que este povo habitará só, e entre as gentes não será contado" (Números 23:9). O facto de este povo ter conservado a sua própria identidade, apesar da sua dispersão por todo o mundo e das inumeráveis perseguições que tem sofrido, continua sendo um mistério, demonstrando bem quão verdadeira é a Palavra de Deus Esta "nação alta e polida... povo terrível desde o seu início; nação de medidas e de vexames" (Isaias 18 2) não será Israel no tempo actual? Não será maravilhoso ler tantas vezes nas Sagradas Escrituras descrições proféticas escritas há mais de dois mil anos, referentes a Israel, que correspondem exactamente ao que lhe tem ocorrido, ao que lhe ocorre e ao que lhe há-de acontecer?

A característica deste povo judeu, que tem atraído sobre si o ódio e que tem suscitado a inveja entre os seus vizinhos, corresponde rigorosamente à sua História, tal como nos é revelada na Palavra de Deus. Cego como está quanto a Cristo, sob o império do poderoso enganador, que tem obscurecido o seu coração, utiliza o seu engenho para aumentar o seu orgulho e o seu desejo de domínio. Quando Israel se voltar para o Senhor Jesus, e, com perfeita humildade, reconhecer Aquele que crucificou, terá lugar a sua plena restauração. O potencial dos recursos acumulados há-de servir para a prosperidade do período bendito que então será instaurado. Este povo industrioso saberá tirar proveito do que tiver adquirido durante a sua dispersão, e, elevado então a cabeça das nações, fará beneficiar o mundo dos poderosos meios de que dispuser. (Ver: Números 24:5-7); Deuteronómio 28:1-14; Isaias 60:1 a 61:9).


e) As Tribulações de Israel

Ainda no Egipto, os filhos de Israel conheceram a tribulação. Quando surgiu um novo Faraó, que não tinha conhecido José, decidiu submeter à escravatura o povo israelita, que, a seus olhos, se tinha tornado muito numeroso, e, portanto, de temer, acabando por decretar que fossem assassinados todos os recém-nascidos do sexo masculino, para, desse modo, destruir aquela raça, que o importunava. Todavia, por detrás do Faraó, nesta medida discernimos o próprio Satanás fazendo tudo quanto podia para invalidar a promessa que Deus fizera a Eva em relação à sua semente, que, um dia, havia de esmagar a cabeça da serpente. Muitas vezes Satanás repetiu os seus esforços nesse sentido, indo até ao massacre dos meninos de Belém, mas Deus não permitiu a total realização desses diabólicos intentos.

Outra das astúcias de Satanás consistiu em seduzir o povo de Deus, levando à rebelião contra Jehovah. Ao atrair sobre ele o justo castigo divino, talvez Satanás pensasse que Deus abandonaria esse povo rebelde. Com efeito, desde a travessia do deserto até à deportação para Babilónia, frequentemente se abateram sobre Israel diversos e mui severos castigos. No entanto Deus dá sempre seguimento à Sua misericórdia, actuando por causa do Seu Nome, "para que não fosse profanado diante dos olhos das nações" (Ezequiel 20:9, 14 e 22).

A rejeição do Messias por parte de Israel e a morte de Jesus atraíram sobre este povo um Terrível Juízo. A Jerusalém foi saqueada, destruída, e os seus habitantes dispersos entre todas as nações, como consequência directa do crime do Gólgota.

E desde há perto de dois mil anos que o povo judeu sofre tribulações como nenhuma outra nação jamais conheceu. "Caia sobre nós o seu sangue, e sobre nossos filhos!" (Mateus 27:25), e, com efeito, assim tem acontecido. Os "ghettos" (bairros onde eram confinados os Judeus), os campos de extermínio e as câmaras de gás ainda estão na memória de todos. Satanás está por detrás da cena, não o duvidemos, dado que o seu propósito consiste sempre em prejudicar o cumprimento dos desígnios de Deus; mas estes hão-de realizar-se para glória do Senhor e Salvador nosso, Jesus Cristo, para plena restauração de Israel e para bênção universal. Mas, até que esse acontecimento tenha lugar, haverá ainda um terrível tempo de prova para os judeus: "Tempo de angústia para Jacob; ele, porém, será livrado dela" (Jeremias 30:7).

Esta tribulação sem precedentes, limitada a três anos e meio, é anunciada pelos profetas, pelo Senhor Jesus e pelos apóstolos, e terminará com o glorioso advento do Senhor e a destruição do Anticristo. Este sinistro personagem, que se apresentará como Deus e actuará em seu próprio nome, será recebido pela nação apóstata e muitos o seguirão no seu erro.

No entanto, um Remanescente fiel permanecerá unido ao seu Deus, esperando vigilante a vinda do Senhor. Este grupo, preservado no meio desse terrível período, é representado pelos 144.000 selados do capítulo 7 de Apocalipse, que formarão o núcleo do Israel futuro e a raiz desse novo povo, que será uma bênção na Terra, sob a égide do Rei de Glória.

copiado do site: IRMÃOS.NET

quarta-feira, 29 de julho de 2009

A IGREJA VERDADEIRA

A Igreja Verdadeira Pr. Roque Lopes de Carvalho Filho Introdução Com tantas igrejas existentes, cria-se uma dificuldade: Qual igreja seguir e em qual acreditar? Quem "pegar o bonde da salvação errado, vai desembarcar no céu errado"? Muitas têm características da igreja verdadeira, mas só com objetivo de atrair as pessoas. A igreja verdadeira não é caracterizada pela prática de expulsão de demônios ou pelo uso do nome de Jesus. Há igrejas que até usam o nome de Jesus, expelem demônios em seu nome, mas ele não as reconhece . Há elementos fundamentais que não podem faltar a uma igreja verdadeira. Vejamos alguns. Serve ao Deus verdadeiro Os hindus crêem em cerca de 300 milhões de deuses. Adoram macacos, elefantes, vacas, cobras e até ratos. Embora se creia na existência de muitos deuses, que elementos os tornam verdadeiros? O apóstolo Paulo disse aos coríntios: Não é somente a letra maiúscula que define um Deus verdadeiro, é a sua natureza (Gálatas 4:8). Um Deus verdadeiro não tem princípio nem fim (Gênesis 21:33). É o criador de todas as coisas (Salmo 102:25) (Isaías 44:24; 45:18). É único (Deuteronômio 6:4) (Isaías 44:6; 46:9). Ele sabe todas as coisas (Isaías 44:7-9). Ele não se deixa manipular através de imagens (Êxodo 20:3-5) (Salmo 115:3-10). Não é uma energia ou uma força impessoal, ele é uma pessoa e se comunica com seu povo (Gênesis 9:8; 12:1) (II Crônicas 7:14). Conhece profundamente o homem (Hebreus 4:13). Um "Deus conosco" (Mateus 1:23), presente entre o seu povo. Que se manifestou em carne, e se fez homem (João 1:14). Só restará um Deus no universo (Jeremias 10:11), o Deus que se manifestou a Israel (Deuteronômio 7:6), e que foi revelado por Jesus Cristo (João 17:3-6). Tem a escritura verdadeira Conta-se que o filósofo francês Voltaire (1694-1778) teria afirmado que a Bíblia, cem anos após a sua morte, seria um livro esquecido, ultrapassado, e empoeirado em todas as estantes em que estivesse. Antes que se completassem os cem anos de sua morte, na casa em que ele residia, abriu-se uma editora de Bíblias. Voltaire não conhecia a Bíblia, pois ela diz: "Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras jamais passarão" (Mateus 24:35). São palavras verdadeiras (João 17:17), de um Deus verdadeiro (I João 5:20). A Bíblia é divinamente inspirada . Ela mergulha profundamente dentro do homem com eficácia, discernindo todo o seu interior (Hebreus 4:12). Nela o homem deve meditar de dia e de noite (Josué 1:8) (Salmo 1:2). Vale a pena ressaltar que alguns céticos, tentando denegrir as palavras da Bíblia, têm afirmado pejorativamente: "Lembrem-se, a Bíblia foi escrita por homens"! Citando as palavras do pastor Paulo Romero, respondemos: "E vocês queriam que fosse escrita por um cavalo?" Deus usou o que era mais óbvio, o homem, ser inteligente e capaz. E a escrita, comum a todos os povos, o meio prático de que sua Palavra passaria de geração a geração (Deuteronômio 6:6-9). Tem o Messias verdadeiro Muitos homens têm vindo ao mundo afirmando que foram enviados por Deus ou foram tidos como deuses: Buda, Maomé, Zoroastro, Confúcio, reverendo Moon, Yuri Tais, e tantos outros. Dizem-se portadores de uma mensagem divina. São eles messias verdadeiros? O que dizem veio de um Deus verdadeiro? quais as credenciais de um verdadeiro messias? Vejamos algumas: O reconhecimento do próprio Deus (Mateus 3:17) (I João 5:9), profecias se cumpriram a seu respeito (Isaías 7:14; 9:6; 11:1-5; 53:1-7), a natureza de sua missão (Lucas 4:14-21), os poderes que possui (Lucas 7:12-15), a autoridade que tem (Mateus 7:29), a capacidade de aproximar o homem de Deus (João 1:29) (I João 1:7), a capacidade de vencer a morte (Lucas 24:1-6), de perdoar pecados (Lucas 5:20), sua origem celestial (João 3:11-13). Napoleão Bonaparte, francês que tentou conquistar o mundo, disse o seguinte sobre Jesus: "Eu tive um reino que desmoronou rapidamente. Onde estão os meus seguidores? Onde estão aqueles que vinham aprender as minhas palavras? Onde estão os impérios que se ergueram na humanidade: babilônios, assírios, gregos e romanos? Todos acabaram assim como o meu. Mas Jesus Cristo ergueu um reino que já dura quase dois mil anos, e não terá fim". Jesus dividiu a história, e sem ele a história é incompreensível. Ele é Senhor, Rei e Deus (Apocalipse 17:14) (Tito 2:13). O Messias verdadeiro traz em suas mãos as chagas deixadas pela cruz, na qual morreu para salvar todo aquele que nele crê (João 20:24-29) (Colossenses 2:13-17). Jesus Cristo é o Messias verdadeiro, todos os outros são falsos (Mateus 24:24). "Jesus não é maior do que Buda, Maomé, Zoroastro, Confúcio, Kardec, ou qualquer outro, Jesus é incomparável". Tem a Mensagem verdadeira Conta-se que um menino de cinco anos estava no gabinete de seu pai fazendo-lhe várias perguntas. O pai, não conseguindo trabalhar, pegou um mapa com todos os países do mundo e recortou-os um por um, pedindo ao menino que os levasse para seu quarto e os colocasse em ordem. Não demorou cinco minutos e o menino já estava de volta com o mapa montado. O pai, espantado com a rapidez do menino, perguntou-lhe como havia montado tão facilmente o mapa. O Menino respondeu: "Havia um homem desenhado do outro lado, do tamanho do mapa, depois que coloquei o homem em ordem, vi que tinha colocado o mundo também". Só há uma forma deste mundo se tornar melhor, é mudar o ser humano, e a Bíblia é o livro que tem esta proposta (João 2:25) (I Coríntios 15:1-4). A mensagem verdadeira é baseada na graça de Deus, arrependimento de pecados, não em méritos humanos. (Atos 17:30) . É uma mensagem de salvação e vida eterna (Atos 16:29-31) (João 3:16). Infelizmente esta mensagem tem sido distorcida, e muitas pessoas já não se aproximam mais de Jesus pela cruz , mas por interesses pessoais. Várias tendências teológicas têm surgido, distorcendo a verdadeira mensagem da salvação: unção do riso, vômito do Espírito, maldição hereditária, regressão, dente de ouro, teologia da prosperidade. Vale a pena ressaltar que para tudo se encontra uma passagem bíblica. O chavão é: Está na Bíblia. Satanás usou esta técnica com Jesus quando lhe disse: lança-te daqui abaixo, porque está escrito. (Mateus 4:6). E citou para Jesus o , para que Jesus se atirasse do pináculo do templo, afirmando que os anjos do Senhor não o deixariam cair. Jesus respondeu a Satanás: " Também está escrito. Deuteronômio 6:16 para mostrar a Satanás que não basta apenas usar da autoridade da Bíblia em textos isolados, ela é um todo, e interpreta-se a si mesma. Apesar de todas as circunstâncias a Bíblia continua e continuará sendo o único livro verdadeiro e digno de confiança. Tem um povo verdadeiro Adolf Hitler quase destruiu o mundo porque achava que os alemães eram uma raça pura, superior e que só eles deveriam mandar e governar o planeta, mas os seus ideais não permaneceram. Os judeus foram considerados para Deus um povo especial, o qual ele escolheu para se manifestar (Deuteronômio 7:6). Hoje, o povo de Deus não é caracterizado pela raça, etnia, mas por ter nascido de novo (João 3:3-8). É um povo chamado e escolhido por Deus, mediante Jesus Cristo (Gálatas 3:28) (Romanos 9:21-25) (Romanos 9:27-33), que recebeu Jesus como Salvador, tornando-se filho de Deus (João 1:12). Esse povo busca as coisas de Deus (Colossenses 3:1-3) é templo do Deus verdadeiro (I Coríntios 3:16), anda nos passos de seu Redentor , e espera a sua volta (Atos 1:11) . Deus tem tolerado a maldade do mundo somente por causa deste povo (Mateus 24:22). É um povo selado pelo Deus verdadeiro (Efésios 1:13). É importante que se tenha em mente que a igreja é composta de pessoas imperfeitas: A igreja não é um museu para santos, mas um hospital para doentes. Jesus disse que não veio chamar justos ao arrependimento, mas pecadores (Mateus 9:12). Obviamente, espera-se que as pessoas que compõem a igreja sejam transformadas em seu viver, mas elas ainda não atingiram a perfeição. Conta-se que uma irmã, insatisfeita com sua igreja, teria chegado para o seu pastor e lhe dito: "Estou à procura de uma igreja perfeita, com um pastor perfeito, diáconos perfeitos, ministro de música perfeito, regentes perfeitos, professores perfeitos, e membros perfeitos". O pastor lhe respondeu: "O dia em que irmã encontrar, por favor, não entre, senão a irmã vai estragá-la." Conclusão Alguém já disse: "Se a igreja não fosse de Deus os homens já teriam terminado com ela". Deus criou todas as coisas, e teve o bom gosto de criar tudo em ordem e perfeito. Mas o homem tem o poder de estragar tudo. A igreja foi criada por Jesus, que se entregou por ela (Efésios 5:25), ela é a noiva, bela, bonita e perfeita, e ele virá buscá-la (Apocalipse 19:7). Esta é a igreja verdadeira. Você é parte dela? Sua igreja tem estas marcas?
1 Todos os textos bíblicos citados neste estudo foram extraídos da tradução de João Ferreira de Almeida - Corrigida e Revisada Fiel ao Texto Original (ACF), editada pela Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil, exceto quando houver sido especificado em contrário. http://www.luz.eti.br/es_igrejaverdadeira.html

sábado, 11 de julho de 2009

A Igreja Apostólica a 313 A.D.

ALGUNS TÓPICOS SOBRE AHISTÓRIA DA IGREJA CRISTÃ (Da Igreja Apostólica a 313 A.D.) As crenças dos cristãos primitivos eram muito simples: Todos os seus pensamentos sobre a vida cristã tinham como centro a pessoa de Cristo: Criam em Deus, o Pai; em Jesus como Filho de Deus, Senhor e Salvador; criam no Espírito Santo; criam no perdão dos pecados e na eminente 2a vinda de Jesus. Crer, entretanto, que a Igreja Primitiva era imaculada e sem defeitos é um romantismo que não encontra respaldo na História da Igreja e nem no Novo Testamento. Aliás, o próprio Novo Testamento foi escrito tendo em vista as necessidades surgidas no dia a dia da Igreja. As epístolas, na maioria das vezes, foram escritas para corrigir a postura doutrinária de uma determinada igreja local ou para combater uma heresia incipiente (Gálatas . Escrita para combater os judaizantes; I e II Coríntios . Escritas para combater a frouxidão moral dos cristãos coríntios, bem como disciplinar o uso dos dons espirituais; I e II Tessalonicenses . Escritas para corrigir distorções no que diz respeito ao que aqueles cristãos acreditavam acerca da 2a vinda de Jesus.) O Apocalipse foi escrito para alentar uma igreja perseguida, demonstrando o senhorio de Jesus na História. Os Evangelhos foram escritos cerca de 60 a.D., uma vez que a geração que convivera com Jesus estava morrendo e o testemunho escrito é mais duradouro e menos susceptível a distorções que o testemunho oral. Como dissemos, a formulação das doutrinas foi gerada pelos desvios da fé. A fim de definir os que de fato poderiam ser chamados de cristãos, a igreja, frente ao desafio das heresias, passou a sistematizar pontos doutrinários que exprimiam a “fé que de uma vez por todas foi entregue aos santos.” As Perseguições O primeiro grande desafio da Igreja foram as perseguições. A princípio o governo romano considerava a Igreja Cristã como uma das seitas do judaísmo, e como tal, uma religio licita. Posteriormente, com o crescimento do Cristianismo, passou a ver a igreja como distinta do judaísmo. À medida que crescia, o Cristianismo passou a sofrer cada vez mais oposição por parte da sociedade pagã e do próprio Estado. A primeira grande perseguição movida pelo Império deu-se sob Nero. A partir daí, outras perseguições ocorreram, mas elas nem foram de cunho universal, nem de duração contínua. Muitas vezes dependia do governo provincial. Após Nero, Domiciano (90-95) moveu curta, mas feroz perseguição aos cristãos. Já no segundo século, o imperador Trajano estabeleceu a política que norteou as perseguições ao cristianismo: o Estado não deveria gastar seus recursos caçando os cristãos, mas os que fossem denunciados deveriam ser levados ao tribunal e instados a negar a Cristo e adorar os deuses romanos. Quem não o fizesse deveria ser condenado à morte. Dessa forma, a perseguição não tinha um caráter de política de Estado, mas estava sempre presente, posto que somente em 313 (séc IV) o cristianismo passou a ser considerada uma religio licita. Assim, vários foram os mártires cristãos nesse início da igreja: Simeão e Inácio, no período compreendido entre os reinados de Trajano e Antonino Pio; Policarpo e Justino, o Mártir, sob o reinado de Marco Aurélio; Leônidas, Perpétua e Felícitas, sob o reinado de Séptimo Severo; Cipriano e Sexto, durante a perseguição movida pelo imperador Valeriano. Perseguiram ainda a Igreja os imperadores Décio, Diocleciano e Galério Basicamente havia duas linhas de oposição ao Cristianismo: popular e erudita. A oposição popular estava baseada em rumores e falsas interpretações dos ritos cristãos. Era voz corrente entre o povo que os cristãos participavam de festas onde havia orgias com incestos, inclusive, interpretando mal o fato de os cristãos se chamarem de irmãos e praticarem o “ágape”. Cria também o povo que os cristãos comiam a carne de recém-nascidos, isto devido ao que ouviam falar sobre a Ceia, na qual comiam a carne de Jesus, juntamente com os relatos do nascimento de Cristo. Já os homens cultos da época faziam acusações a partir da própria crença dos cristãos, tais como, “Por um lado dizem que é onipotente, que é o ser supremo que se encontra acima de tudo. Mas por outro o descrevem como um ser curioso, que se imiscui com todos os assuntos humanos, que está em todas as casas vendo o que se diz e até o que se cozinha. Esse modo de conceber a divindade é uma irracionalidade. Ou se trata de um ser onipotente, por cima de todos os outros seres, e portanto, apartado deste mundo; ou se trata de um ser curioso e intrometido, para quem as pequenezas humanas são interessantes.” Ao povo em geral, a Igreja respondeu chamando-o a ver a conduta moral dos cristãos, muito superior à dos pagãos. Aos cultos e letrados, a igreja respondeu através dos Apologistas: Discurso a Diogneto, Aristides, Justino Mártir, Taciano (Discurso aos gregos), Atenágoras (Defesa dos Cristãos e Sobre a Ressurreição dos Mortos), Teófilo (Três livros a Autólico), Orígenes (Contra Celso), Tertuliano (Apologia), Minúcio Félix (Otávio). As Heresias Ao lados das perseguições externas, o Cristianismo enfrentou um inimigo muito mais terrível, posto que interno, através de heresias, algumas delas propostas por líderes da própria igreja. As primeiras heresias enfrentadas pela Igreja vieram dos judeus convertidos, problema já enfrentado por Paulo na igreja da Galácia. Os ebionitas, eram farisaicos em sua natureza. Não reconheciam o apostolado de Paulo e exigiam que os cristãos gentios se submetessem ao rito da circuncisão. No desejo de manterem o monoteísmo do Antigo Testamento, os ebionitas negavam a divindade de Cristo e seu nascimento virginal, afirmando que Ele só se distinguia dos outros homens por sua estrita observância da lei, tendo sido escolhido como Messias por causa de sua piedade legal. Os elquesaítas, por sua vez, apresentavam um tipo de cristianismo judaico assinalado por especulações teosóficas e ascetismo estrito. Rejeitavam o nascimento virginal de Cristo, mas julgavam-no um espírito ou anjo superior. A circuncisão e o sábado eram grandemente honrados; havia repetidas lavagens, sendo-lhes atribuídos poderes mágicos de purificação e reconciliação; a mágica e a astrologia eram praticadas entre eles. Com toda probabilidade se referem a essas heresias a Epístola aos Colossenses e I Timóteo. O ambiente gentílico também forneceu sua cota de heresias que atingiram a Igreja. O Gnosticismo, muito embora não possuísse uma liderança unificada e se apresentasse como um corpo doutrinário amorfo, foi terrível para a Igreja. Já vemos um gnosticismo incipiente no próprio período apostólico (Cl 2.18 ss; I Tm 1.3-7; 6.3ss; II Tm 2.14-18; Tt 1.10-16; II Pe 2.1-4; Jd 4,16; Ap 2.6,15,20ss). Nesse período, Celinto ensinava uma distinção entre o Jesus humano e o Cristo, que seria um espírito superior que descera sobre Jesus no momento do batismo e tê-lo-ia deixado antes da crucificação. Vemos João combatendo indiretamente essa heresia em João 1.14; 20.31; I João 2.22; 4.2,15; 5.1,5-6 e II João 7. No segundo século, esses erros assumem uma forma mais desenvolvida, muito embora continuassem como um corpo amorfo. A bem da verdade poderíamos dizer que houve “gnosticismos”, mas há pensamentos comuns às várias correntes gnósticas. Gnosticismo vem do grego, “gnosis”, que significa “conhecimento”. Para os gnósticos, a salvação era alcançada através do conhecimento esotérico de mistérios, os quais só eram revelados aos iniciados. Dividiam a humanidade em “pneumáticos”, “psíquicos” e “hílicos”. Os primeiros eram a elite da igreja, os que alcançavam o conhecimento que leva à salvação; os seguintes, eram os cristãos comuns, que poderiam alcançar a salvação através da fé e das boas obras; os últimos eram os gentios, irremediavelmente perdidos. Na cosmovisão gnóstica, tudo que era material era essencialmente mau, e o que era espiritual era essencialmente bom. Logo, o Deus do Novo Testamento não poderia ser o deus do Antigo Testamento. O deus do AT era tido como Demiurgo, o criador do mundo visível. Ainda na visão gnóstica, entre o Deus bondoso que se revelou em Cristo e o mundo material havia vários intermediários, através dos quais o homem poderia achegar-se a Deus. Sendo o corpo mau e o espírito bom, os gnósticos tendiam para dois extremos: alguns seguiam um ascetismo rigoroso, mortificando a carne, enquanto outros se lançavam na mais desregrada libertinagem. Outra heresia que mereceu o combate da Igreja foi a heresia de Márcion, filho do bispo de Sinope, que parece ter tido duas grandes antipatias: Pelo Judaísmo e pelo mundo material. Ensinava Márcion, à semelhança dos gnósticos, que Iavé, o Deus do AT não era o Deus do NT, este, o Deus supremo. Iavé era um deus mau, ou pelo menos ignorante, vingativo, ciumento e arbitrário. O mundo material e suas criaturas eram criação de Iavé e não do Deus supremo. Este, entretanto, apiedou-se das criaturas de Iavé e enviou Jesus, que não nasceu de uma mulher, posto que isso faria com que passasse a ser criatura do deus inferior. Jesus surgiu como homem maduro no reinado de Tibério, na Galiléia. Márcion rejeitou o Antigo Testamento, que até então eram as Escrituras aceitas na Igreja Cristã (o cânon do NT ainda não havia sido elaborado) por serem a palavra de Iavé, o deus inferior, e formulou um cânon para si e seus seguidores, que constava do evangelho de Lucas, expurgado do que ele considerava “judaísmo”, e das cartas de Paulo. Também ensinava Márcion que não haverá juízo final, posto que o Deus amoroso a todos perdoará. Negava a criação, a encarnação e a ressurreição final. Márcion chegou a formar uma igreja independente e seu ensino foi de um perigo terrível para a igreja, que na época não possuía um corpo doutrinário estabelecido e reconhecido por toda a cristandade. Como se não bastasse essas heresias, houve também as heresias dos Montanistas e dos Monarquistas. Os montanismo surgiu na Frígia, por volta do ano 150. Montano afirmava que o último e mais elevado estágio da revelação já fora atingido. Chegara a era do Paracleto, que falava através de Montano, e que se caracterizava pelos dons espirituais, especialmente a profecia. Montano e seus colaboradores eram tidos como os últimos profetas, trazendo novas revelações. Eram ortodoxos no que diz respeito à regra de fé, mas afirmavam possuir revelações mais profundas que as contidas nas Escrituras. Faziam estritas exigências morais, tais como o celibato (quando muito, um único matrimônio), o jejum e uma rígida disciplina moral. Já o monarquianismo estava interessado na manutenção do monoteísmo do AT. Seguiu duas vertentes: o monarquianismo dinâmico e o monarquianismo modalista. O primeiro estava interessado em manter a unidade de Deus, e estava alinhado com a heresia ebionita. Para eles, Jesus teria sido tomado de maneira especial pelo Logos de Deus, passando a merecer honras divinas, mas sendo inferior a Deus. O segundo, também chamado de sabelianismo, concebia as três Pessoas da Trindade como os três modos pelos quais Deus se manifestava aos homens. Reação da Igreja Face a essas ameaças, internas e externas, a igreja respondeu de várias formas. Vá vimos que os apologistas responderam às acusações assacadas pelos filósofos e pessoas cultas ao cristianismo. No plano interno, a igreja primeiro tratou de definir um Cânon, ou seja, uma lista dos livros considerados inspirados. Nesse período, havia inúmeros evangelhos, cartas, apocalipses circulando nas mais diversas igrejas. Alguns eram lidos em certas igrejas e não eram lidos em outras. Com o desafio de Márcion e também da perseguição sob Diocleciano, onde uma pessoa encontrada com livros cristãos era passível de morte, era importante saber se o livro pelo qual o cristão estava passível de morte era realmente inspirado. Não houve um concílio para definir quais os livros nem quantos formariam o NT. Tal escolha se deu por consenso, tendo alguns livros sido reconhecidos com mais facilidade que outros. Definiu também a igreja regras de fé, sendo a mais antiga o chamado Credo Apostólico, o qual resumia aqueles pontos de fé que o cristão genuíno deveria subscrever, e era claramente trinitariano (Creio em Deus Pai, todo poderoso, criador do céu e da terra. Creio em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, o qual foi concebido por obra do Espírito Santo, nasceu da Virgem Maria, padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; no terceiro dia ressurgiu dos mortos, subiu ao céu, e está sentado à mão direita de Deus Pai, todo poderoso, de onde há de vir a julgar os vivos e os mortos. Creio no Espírito Santo, na santa igreja católica; na comunhão dos santos; na remissão dos pecados, na ressurreição do corpo e na vida eterna). Paralelamente, a igreja percebeu que precisava organizar-se estruturalmente. Definiu então a sucessão apostólica e o bispo monárquico para garantir a unidade da igreja, surgindo então o que é chamado de Igreja Católica Primitiva, significando o termo “católica” = universal. Visto isso, podemos, até aqui, fazer um resumo gráfico do início atribulado da Igreja Cristã no império romano: Os Pais da Igreja O Estado Romano e as heresias encontraram adversários à altura no seio da Igreja Cristã, seja através de mártires anônimos, que deram suas vidas mas não negaram a Jesus, seja nos homens que começaram a formular as doutrinas muitas das quais esposamos até hoje. Estes homens são chamados de Pais da Igreja,cujos ensinos passamos a resumir: a)IRINEU:Nascido no Oriente e discípulo de Policarpo. Foi bispo de Lion. Escreveu Contra Heresias, no qual investe principalmente contra os gnósticos. b)HIPÓLITO:Discípulo de Irineu; menos dotado que seu mestre; gostava mais das idéias filosóficas que Irineu. Provavelmente sofreu o martírio em Roma. Sua principal obra se chama Refutação de Todas as Heresias,na qual ele contesta os ensinos gnósticos. c)Tertuliano:Homem de grande erudição, vívida imaginação e intensos sentimentos. De gênio explosivo, era naturalmente apaixonado na apresentação do cristianismo. Era advogado e introduziu termos e conceitos jurídicos na discussão teológica. Tendia a deduzir que todas as heresias provinham da filosofia grega, razão pela qual se tornou ardente opositor da filosofia. Seu fervor o levou a unir-se ao montanismo no final da vida. DEUS E O HOMEM: Consideravam que o erro fundamental dos gnósticos era a separação entre o verdadeiro Deus do Criador. Há um único Deus, Criador e Redentor. Deus deu a lei e revelou igualmente o evangelho. Esse Deus é treino, uma única essência que subsiste em três pessoas. Tertuliano foi o primeiro a asseverar a tri personalidade de Deus e a usar o termo “Trindade”. Em oposição aos monarquianos ele enfatizava o fato de que as três Pessoas são uma só substância, susceptível de número sem divisão. Entretanto, não chegou à verdadeira declaração trinitariana, posto que concebia que uma Pessoa estaria subordinada às outras. -O homem foi criado à imagem de Deus, sem imortalidade (sem perfeição), mas com a capacidade de recebê-la no caminho da obediência. -O pecado é desobediência e produz a morte; a obediência produz a imortalidade. -Em Adão, a raça humana inteira ficou sujeita à morte. Tertuliano afirmava que o mal tornou-se um elemento natural do homem, presente desde o nascimento, e que essa condição passa de uma geração à outra. É o primeiro indício da doutrina do pecado original. A PESSOA E A OBRA DE CRISTO: a)IRINEU: O Logos existira desde toda a eternidade e mediante a Encarnação, o Logos se fez o Jesus histórico, e daí por diante foi verdadeiro Deus e verdadeiro homem. A raça humana, em Cristo, como o segundo Adão,é novamente unificada a Deus. A morte de Cristo como nosso substituto é mencionada, mas não ressaltada. O elemento central da obra de Cristo teria sido sua obediência, com o que foi cancelada a desobediência de Adão. b)TERTULIANO: O Logos é uma Pessoa independente, gerada por Deus, da mesma substância que o Pai, embora difira deste quanto ao modo de existir como uma Pessoa distinta Dele.Houve um tempo em que o Filho não existia. O Pai é a substância inteira, mas o Filho é apenas parte dela, por ter sido gerado. Tertuliano, portanto, não conseguiu desvencilhar-se da teoria da subordinação, porém sua formulação foi importante na vinculação dos conceitos de “substância” e “pessoa” dentro da teologia. No tocante ao Deus-homem e Suas duas naturezas, Tertuliano foi superior a todos os outros Pais, à exceção de Melito, ao fazer justiça para com a perfeita humanidade de Jesus e afirmar que cada uma de suas naturezas reteve os seus próprios atributos. Para Tertuliano não houve fusão, mas a conjunção das duas naturezas em Jesus. No tocante à morte de Cristo, embora enfático acerca de sua importância, não é muito claro, pois não ressalta a necessidade de satisfação penal, mas apenas a de arrependimento por parte do pecador. Seu ensino é permeado por certo legalismo. Ele fala da satisfação dos pecados cometidos após o batismo mediante arrependimento ou confissão. Por meio de jejuns e outras formas de mortificação, o pecador é capaz de escapar da punição eterna. SALVAÇÃO, IGREJA E AS ÚLTIMAS COISAS a) IRINEU:Não foi totalmente claro em sua soteriologia. A fé é um pré-requisito para o batismo,entendendo-se fé não apenas como concordância intelectual da verdade, mas incluiria a rendição da alma, resultando numa vida santa. O homem seria regenerado pelo batismo; seus pecados seriam lavados e uma nova vida começaria dentro dele. b) TERTULIANO:O pecador, pelo arrependimento, obtém a salvação pelo batismo. Os pecados cometidos após o batismo requerem satisfação mediante penitência, ficando cancelada a punição após o seu cumprimento. Antevê-se a base do sacramento católico-romano da penitência. Com relação à igreja, voltavam ao judaísmo, identificando a igreja(comunhão dos santos) com a igreja visível (organização), atribuindo a esta a qualidade de canal da graça divina, fazendo com que a participação nas bênçãos da salvação dependesse de ser membro da Igreja visível. Devido à influencia do Velho Testamento, também passou para primeiro plano a idéia de um especial sacerdócio medianeiro. Em relação à doutrina da ressurreição da carne, os Pais citados foram seus campeões, baseados na ressurreição de Jesus. Os Pais Alexandrinos A Teologia Alexandrina, ou Escola de Alexandria, foi uma forma de teologia que apelou para a interpretação alegórica da Bíblia, e foi formada pela combinação extravagante entre a erudição grega e as verdades do evangelho. A Escola de Alexandria chegou até a lançar mão de especulações gnósticas na formulação de suas interpretações escriturísticas. Seus principais expoentes foram Clemente de Alexandria e Orígenes. Clemente não era um cristão tão ortodoxo quanto Irineu ou Tertuliano, mas como os apologistas, buscava uma ponte entre a filosofia da época e a tradição cristã. Tinha como mananciais do conhecimento das coisas divinas tanto as Escrituras quanto a razão humana. Orígenes nasceu em lar cristão e foi discípulo de Clemente, a quem sucedeu como catequista de Alexandria. Era o mais erudito dos pensadores da Igreja Primitiva e seus ensinos eram de natureza assaz especulativa. No final da vida foi condenado por heresia. Formulou o primeiro compêndio de teologia sistemática, chamado De Principiis. Nessa formulação,combateu tanto os gnósticos quanto os monarquianos. Conquanto tenha desejado ser ortodoxo, seus escritos traziam sinais identificativos do neo-platonismo, sem falar na sua interpretação alegórica, que abriu caminho para todas as formas de especulação e interpretação arbitrárias. DEUS E O HOMEM Orígenes alude a Deus como o Ser incompreensível, inestimável e impassível,que de nada necessita. Rejeita a distinção gnóstica entre o Deus bom e o Demiurgo ou o Criador deste mundo. Deus é uno e o mesmo no Velho e no Novo Testamento. Orígenes ensinou a doutrina da criação eterna. Também ensinou Orígenes que o Deus único é primariamente o Pai, que Se revela e opera através do Logos, o qual é pessoal e co-eterno com Deus Pai, gerado por Ele por um ato eterno. Para Orígenes o Filho é gerado e não produto de uma emanação ou divisão do Pai. Apesar disso, usa termos que subentendem haver subordinação do Filho ao Pai. Na encarnação, o Logos uniu-se a uma alma humana, que em sua preexistência se mantivera pura. As naturezas de Cristo são conservadas distintas, mas é sustentado que o Logos, pela Sua ressurreição e ascensão, deificou a Sua natureza humana. Quanto ao Espírito Santo, o ensino de Orígenes se distancia ainda mais da mensagem bíblica. Ele fala do Espírito Santo como a primeira criatura feita pelo Pai, por meio do Filho. Além disso, o Espírito não opera na criação como um todo, e sim somente nos santos. O Espírito possui bondade por natureza,renova e santifica aos pecadores, e é objeto de adoração divina. Os ensinos de Orígenes sobre o homem são bastante incomuns. A preexistência do homem está envolvida em sua teoria da criação eterna, pois a criação original consistiu exclusivamente de espíritos racionais, co-iguais e co-eternos. A atual condição do homem pressupõe uma queda preexistente da santidade para o pecado, o que deu oportunidade à criação deste mundo material. Os espíritos caídos agora se tornam almas e são revestidos de corpos. A matéria veio à existência com o propósito precípuo de suprir uma habitação e ser meio de disciplina e expurgo desses espíritos caídos. Já Clemente não foi claro na sua exposição do Logos. Em algumas ocasiões ressaltava a subsistência pessoal do Logos, Sua unidade com o Pai e Sua geração eterna, e em outras O representa como a razão divina, subordinada ao Pai.Distingue ele entre o Logos de Deus e o Logos-Filho, que Se manifestou em carne.Clemente não tenta explicar a relação entre o Espírito Santo e as demais Pessoas da Trindade. A PESSOA E A OBRA DE CRISTO Ambos ensinam que o Logos tomou a natureza humana em sua inteireza, corpo e alma, tendo-se tornado um homem real, o Deus-homem, embora Clemente não tenha conseguido evitar totalmente o docetismo. Dizia que Cristo comia, não porque precisasse de alimentos, mas para que Sua humanidade não fosse negada, além de ser incapaz das emoções de alegria e tristeza. Para Orígenes a alma de Cristo era preexistente, como todas as outras almas. Acerca da obra de Cristo, Clemente alude à auto-rendição de Cristo como um resgate, mas não reforça a idéia que Ele foi a propiciação pelos pecados da humanidade. Sua ênfase foi de Cristo como Legislador e Mestre. A redenção não consistiria tanto em desfazer o passado, mas em elevar o homem a um estágio ainda mais alto do que o do homem antes da Queda. Para Orígenes, Cristo foi um médico, um mestre, um legislador e um exemplo. Reconhecia também o fato de que a salvação dos crentes depende dos sofrimentos e da morte de Cristo. A morte de Cristo é apresentada como vicária,como uma oferta pelo pecado e como uma expiação necessária. Para Orígenes, a influência remidora do Logos se estenderia além desta vida, não somente osque tivessem vivido sobre a terra e morrido, porém, igualmente, todos os espíritos caídos, inclusive Satanás e seus anjos maus. Haverá uma restauração de todas as coisas. DOUTRINA DA SALVAÇÃO, AS IGREJAS E AS ÚLTIMAS COISAS. Os Pais alexandrinos ensinavam o livre-arbítrio do homem, capacitando-o a voltar-se para o bem e aceitar a salvação oferecida em Jesus Cristo. Deus oferece a salvação, e o homem tem a capacidade de aceitá-la. Apesar disso, Orígenes também alude à fé como graça divina. Seria um passo preliminar necessário à salvação. Mas isso representaria apenas uma aceitação inicial da revelação divina, precisando ser ainda elevado ao conhecimento e ao entendimento, daí prosseguindo para a prática de boas obras, que são o que realmente importam. Orígenes fala de dois modos de salvação, um mediante a fé (exotérico), e outro pelo conhecimento (esotérico). Certamente esses Pais não tinham a mesma concepção que o Apóstolo Paulo da fé e da justificação. Orígenes considerava a Igreja como a congregação dos crentes, fora da qual não haveria salvação. Embora reconhecesse o sacerdócio universal dos cristãos, também dizia haver um sacerdócio separado e dotado de prerrogativas especiais. Orígenes e Clemente ensinavam que o batismo assinala o começo da nova vida na Igreja, bem como inclui o perdão dos pecados. Conforme ambos, o processo de purificação iniciado na vida do pecador na terra prossegue após a morte. O castigo seria o grande agente purificador e a cura para o pecado. Orígenes ensina que, por ocasião da morte, os bons entram no paraíso, ou num lugar onde recebem maior elucidação, enquanto os ímpios experimentam as chamas do juízo,o qual não se deve ter como punição permanente, porém como um meio de purificação. Clemente afirmava que os pagãos tinham oportunidade de arrepender-se no hades, e também que a provação deles só terminaria no dia do juízo; Orígenes dizia que a obra remidora de Deus não cessaria enquanto todas as coisas não viessem a ser restauradas à sua primitiva beleza. A restauração de todas as coisas haveria de incluir o próprio Satanás e seus demônios. Apenas poucas pessoas entram imediatamente na plena bem-aventurança da visão de Deus; a grande maioria precisa passar por um processo de purificação após a morte (Vemos aqui o embrião da doutrina do Purgatório). Orígenes mostrou tendência por espiritualizar a ressurreição. Parece que ele considerava como ideal o estado incorpóreo, apesar de crer numa ressurreição corporal. (Antiga) Classe Nossa Identidade Pb. Rubens Cartaxo Igreja Presbiteriana do NatalEm Deus Faremos Proezas: Uma Igreja em Cada Bairrohttp://br.geocities.com/ipnatal (retorne a http://solascriptura-tt.org/IgrejasNosSeculos/ retorne a http://solascriptura-tt.org/)

O casamento e o Estado

II. O casamento e o Estado: Não ha divergência entre os católicos romanos e os protestantes, em referência ao direito que tem qualquer comunidade eclesiástica, de estabelecer exigências no tocante ao casamento de seus próprios membros. Pertencem, porém, a uma classe ofensiva as exigências que difamam as leis do Estado, à força de desacreditarem os casamentos celebrados de acordo com elas ou de anularem tais leis. Durante gerações, as leis matrimoniais católicas romanas têm estado em conflito com as leis matrimoniais não só dos países predominantemente protestantes, mas de países católicos romanos, que tenham adotado o casamento civil. 0 Direito Canônico foi modificado por Espanha, Portugal, Itália, Áustria e Baviera e pelas Repúblicas da América do Sul. A última das nações sul-americanas a legalizar o casamento por meio de legislação civil foi o Equador, seguido pela Bolívia. As modificações legais, que removem barreiras à validade de casamentos não contraídos perante o sacerdote, têm invariavelmente encontrado pela frente o protesto do Vaticano. O Estado trata o casamento como direito natural e, através de suas leis; visa o bem-estar temporal de seus cidadãos. Como já se disse, a linguagem dos pontífices recentes está muito próxima de colocar os casamentos não realizados perante o sacerdote no mesmo nível do concubinato. Segundo D. Hay Fleming, o bispo romano de Galloway recentemente afirmou: "de acordo com a mais alta autoridade, nenhum católico pode contrair um matrimônio válido fora da igreja católica; e uma tal ofensa sacrílega é tida como ato de asqueroso concubinato". No Syllabus de 1864, Pio IX declarou que o contrato civil entre os cristãos não constitui verdadeiro matrimônio.- veri nominis matrimonium - e condenou a opinião de que o matrimônio seja, por sua própria natureza, matéria de direito civil. Doze anos antes - 1852 - Pio havia caracterizado, em acerbissium, os casamentos civis como nada menos que torpe e abominável concubinato - turpem et exitialem concubinatum - condição amaldiçoada pela igreja. Leão XIII, em Arcanum, afirmou que a união de homem e mulher, que não seja sacramental - citra sacramentum - ressente-se de falta de força e essência do matrimônio legítimo; e, numa encíclica de abril de 1878 - Obras, 1:12 - virtualmente tratou o casamento civil de concubinato legal. Em sua carta ao cardeal de Canossa, de 8 de fevereiro de 1893 - Obras, 5:144-152 - após insistir na elevação, feita por Cristo, do casamento à dignidade de sacramento, o pontífice passou a definir sua atitude, de que o Estado usurpa os direitos da igreja, quando faz leis sobre o assunto independente da mesma igreja, ou lhe nega o direito de impor censuras aos contraentes. Para os cristãos, diz o Catecismo de Pio X, "não é bastante que eles se casem perante o funcionário civil, porque o casamento é um sacramento e somente o que é sacramento à vista de Deus e matrimônio". A encíclica provida, publicada por Pio X em 1906, desabonando os casamentos mistos, levantou tal indisposição na Europa Central, que o pontífice foi obrigado a definir melhor sua atitude, em encíclica à parte. Em sua Teologia Moral, diz Slater que "a autoridade civil tem possivelmente jurisdição sobre os cidadãos não batizados, podendo estabelecer impedimentos a tais casamentos", dai se inferindo que ela não tem ação para estabelecer impedimentos em relação ao matrimônio de pessoas batizadas. Segundo o Direito Canônico, a jurisdição civil se limita aos chamados efeitos civis, como os direitos de propriedade. Essa é a posição tomada pelo Catecismo de Baltimore, ao dizer que "só a igreja tem direito de legislar no tocante ao sacramento do matrimônio. O Estado também tem o direito de o fazer, no que se refere aos efeitos civis do contrato matrimonial". Um dos primeiros atos sobre o matrimônio romano, divulgado em solo americano, partiu do bispo Carroll, em 1792 - Guilday, Vida de Carroll, II:775, 780. Ele negava absolvição a todos os que se não casassem perante o sacerdote, enquanto não confessassem sua desobediência. O Sexto Concílio Provincial de Baltimore, 1849, proibiu que o sacerdote fosse presente a um casamento já celebrado por ministro protestante, ou no caso de as partes pretenderem, após a cerimônia católica, comparecer perante ministro protestante. Por decreto do Primeiro Concílio Plenário de 1852, os sacerdotes foram proibidos de dar a bênção aos que estivessem perto de se casar perante um ministro. Por decreto do Terceiro Concílio, 1866, os católicos casados perante um ministro sectário eram considerados sob excomunhão. Tais injunções poderiam ser tomadas como assunto de família, visando somente os membros da igreja romana, e também podem ser aplicadas a todas as pessoas batizadas, porque o papa pretende ter certa jurisdição sobre todas elas. Quando, porém, os casamentos mistos são reputados "detestáveis", como o foram por Bento XIV, uma nova lei se levanta, porque a sentença recai sobre decretos e costumes das Nações. Quando foi compelido a suspender a lei Tridentina, concernente a casamentos mistos, na Holanda e na Bélgica, assim como haviam as leis romanas sofrido descontinuidade de vigência na Áustria, em Breslau, em Colônia e em outras dioceses alemãs, tendo sido concedida validade a casamentos mistos - Bento, como veio a fazer Pio X dois séculos depois, exercia o direito papal de suspender leis da igreja ou validar lei hostil a decretos da igreja romana. Através de todo o antigo Império Alemão, o casamento celebrado perante o magistrado civil era obrigatório e devia preceder a cerimônia celebrada por ministro protestante ou sacerdote católico; e, se estes violassem a lei, seriam punidos com multa de trezentos marcos-ouro, ou três meses de prisão. A Áustria, bem como a Alemanha, inclusive a Baviera, determinam aos meninos e meninas, que resultem de casamentos mistos, ora o pai, ora a mãe, como a pessoa responsável por sua condição religiosa e educação, salvo quando um contrato definido sobre o assunto tenha sido firmado antes da união. Na França, pela lei de 1802, que foi antecipada pela lei de 1792, a cerimônia civil devia preceder a qualquer cerimônia religiosa. Em face de tal legislação, em 1923 os bispos e arcebispos alemães declararam que a igreja romana estava perdendo anualmente maior numero de almas, graças aos casamentos mistos, do que estava ganhando no mundo inteiro, através das missões - e proibiram a absolvição da parte contraente católica que se recusasse a subscrever a legislação católica sobre o matrimônio. Em 1921, a hierarquia bávara prescreveu um juramento a ser subscrito por ambas as partes e pelo sacerdote, antes da cerimônia, estipulando que todos os filhos fossem batizados e criados "na religião romana". Uma declaração assinada, de igual conteúdo, se requer na Inglaterra de cada uma das partes contraentes de casamento misto. A declaração inglesa inclui o juramento deste teor: "Meu casamento na igreja católica não será precedido nem seguido de nenhuma outra cerimônia religiosa". Os protestantes sustentam que a sociedade e o Estado tem pleno direito de legislar no tocante ao casamento e que suas leis são tão sagradas como as eclesiásticas, desde que não sejam imorais. Sustentam também que todas as pessoas, batizadas ou não, estão em igualdade, quando consentem no matrimônio, de acordo com a lei natural primária da natureza, estabelecida por Deus. A prática protestante não vai além de recomendar o casamento perante um clérigo, como o faz o Manual de Culto de Westminster, de 1645, ao dizer que, "embora o casamento não seja um sacramento, nem prática peculiar à igreja de Deus, mas seja comum a humanidade e de interesse público de todas as comunidades, e conveniente que o matrimônio seja solenizado pela presença de um ministro legal da Palavra, para que ele aconselhe as partes e invoque a bênção sobre elas". Em 1653, o Longo Parlamento ordenou que os casamentos fossem solenizados perante o juiz de paz. Os Peregrinos encontraram o costume da cerimônia civil em voga na Holanda e com os Puritanos o transportaram para a Nova Inglaterra. Até a última parte do século XVII, os casamentos realizados na Nova Inglaterra não o eram perante um ministro. Os casos em ,que a Lei Canônica dos católicos possa colidir com o Estado, de modo a desabonar o casamento realizado de acordo com a lei civil, são os seguintes: a excomunhão pode recair sobre o católico romano que se uma um não-católico, ou pode a igreja recorrer a outras medidas destinadas a atrair ódio sobre as partes, resultando dai prejuízo em seu bem-estar na comunidade ou em seus haveres. Poderia a parte prejudicada recorrer à corte civil e obter reparação? Ou, se, no caso de matrimônio de não-católicos, um deles ingressa na igreja católica e consegue divórcio, com a faculdade de se casar de novo, pode o Estado anular o segundo casamento, se realizado perante o sacerdote? Porque, pelo Direito Canônico - 1120-1126 - tal casamento, legitimado pelo Código Civil, pode ser dissolvido em favor da parte católica, consoante o Privilegium Paulinum. Ademais, as muitas proibições e impedimentos, que a lei romana opõe, chocam-se, como tem acontecido, com os costumes da sociedade moderna e colocam um estigma sobre os que os desconhecem, como nos casos de proibição do casamento com irmã da esposa falecida, o casamento entre primos no terceiro grau, ou o casamento dentro da esfera dos chamados limites da afinidade espiritual - como do padrinho com a afilhada ou do tutor com a tutelada. A atitude da igreja romana para com o casamento civil, segundo as explanações de Sullivan e outros, e a de que o Estado "não tem direito de anular casamentos, embora tenha direito de os regular, requerendo, por exemplo, que seja obtida licença e seja o contrato registrado". Esta regra, embora a explanação, nos termos em que e feita, não admita exceção, deve ser tida como referente aos casamentos católicos romanos, porque alguns escritores romanos proclamam que a igreja não tem jurisdição sobre o casamento de pessoas não batizadas. Em vários casos recentes, que se tornaram not6rios em razão da posição elevada dos protagonistas, o Tribunal Romano da Rota, anulando casamentos e permitindo às partes novo casamento e continuação em boas relações com a igreja romana, tem afirmado não só o direito de agir independentemente do Estado, mas o de desprezar uma relação sancionada pela natureza. Marconi e Miss O'Brien, filha do barão Inchiquin, casaram-se em 1903, separaram-se em 1925 e divorciaram-se por sentença judicial em 1927. A despeito de sua convivência por certo numero de anos, como marido e mulher, o Vaticano lhes concedeu divórcio em 1927, com o fundamento de que, em se casando, tinham feito um arranjo para se separarem em qualquer tempo em que lhes aprouvesse faze-lo. O ex-marido se casou imediatamente e foi imediatamente recebido em audiência, segundo se divulgou, por Pio XI. Logicamente poderia parecer que as partes tivessem vivido em estado de concubinato por muitos anos, porque, se sua relação não era a de matrimônio, era de concubinato. No segundo caso o Tribunal Romano não só se colocou acima da ratificação que a natureza concede a um casamento que tenha durado por aproximadamente um quarto de século e pelo nascimento de filhos, por todos reconhecidos como legítimos, mas anulou ato de clérigos protestantes, valido por lei do Estado. O duque de Marlborough e Consuelo Vanderbilt se casaram em 1895, na igreja de S. Tomaz, Nova York, segundo a lei do Estado daquele nome, perante dois bispos da Igreja Episcopal e o pastor da igreja, na presença de muitas testemunhas. Dois filhos nasceram da união. Depois de terem vivido juntos por certo número de anos, as partes concordaram em uma separação de fato, mais tarde revogada. 0 duque era culpado de conduta irregular e em 1920 se divorciaram, de acordo com a lei inglesa e com fundamento na infidelidade do marido, após ter a esposa expressado em vão seu desejo de com ele conviver. A esposa se casou de novo. Em 1926, o marido, nominalmente protestante, encaminhou, por intermédio de uma corte eclesiástica inglesa, um pedido de divórcio, endereçado à Rota Romana, e o casamento foi anulado, sob o pretexto de que, ao tempo em que foi celebrado o matrimônio, estava Miss Vanderbilt sob pressão de outros para o contrair. Afirma-se que entre os testemunhos se incluiu o de que, ao tempo do casamento, a noiva estava de amores com outro cavalheiro, o qual, entretanto, se casara em 1890, cinco anos antes que ela o fizesse e em época em que ela ainda não contava 13 anos! A lei civil, nos casos em que haja emprego de violência, admite que o consentimento posterior torna válido o matrimônio. " O Tribunal Romano afronta esse princípio e despreza a solicitação da esposa, no sentido de que o marido lhe respeitasse os direitos conjugais. Desde 1927 o duque de Marlborough entrou para a igreja romana, casou-se outra vez com pessoa a quem, segundo se diz, já se havia ligado durante seu casamento anterior, e foi recebido por Pio XI. Qual era, logo, pode-se perguntar, a relação entre os dois, durante o tempo em que viveram juntos? Se o decreto romano tiver algum valor, a relação não seria a de obstinada e continua incontinência pecaminosa e, diante da lei romana, não seriam ilegítimos os filhos nascidos de semelhante união? O defensor católico romano cita o Direito Canônico - cânon 1087 - que diz: "Um casamento não e válido quando contraído em razão de violência grave ou temor infundido injustamente por um agente externo, para se livrar do qual o contraente se vê constrangido a preferir o matrimônio". Que valor possui, entretanto, um artigo de lei canônica, que anula as leis da natureza, pelas quais se tornam reconhecidos os laços do matrimônio? E em que vai dar a superior santidade, que a igreja romana pretende atribuir ao matrimônio, se a prática do matrimônio pode ser tratada como se não tivesse existido e a matrimônio subseqüente se concede bênção canônica? Dois outros casos se podem citar. O primeiro, um caso hipotético, inventado pelo jesuíta Gobat-Hoensbroech: Papstthum, II:287 - e o que se segue: um homem viola uma moça, que da a luz um filho. O Estado promove ação penal. O homem se une a uma ordem religiosa, que proíbe o casamento de seus membros. Tem o Estado direito de impor pena em razão do crime? A resposta é provavelmente negativa. Certamente que não, se o ofensor fosse clérigo ao tempo em que a moça foi ofendida. Em outro caso, ocorrido em importante subúrbio de grande cidade americana, o sacerdote fora encontrado a coabitar com mulher solteira pelos irmãos desta. Os culpados foram conduzidos a uma cidade da vizinhança e se casaram perante o magistrado civil, como a imprensa noticiou com abundância. Um ou dois dias depois, o sacerdote desapareceu. Que poderia fazer a lei civil, no caso em que a mulher reclamasse seus direitos? Explicita é a lei romana, de que é nulo e inoperante o casamento contraído por um sacerdote, e mulher alguma, que tenha sido prejudicada, tem qualquer direito líquido a reparações. Ajustará o Estado seus costumes matrimoniais aos regulamentos da igreja romana, ou deve a igreja romana ajustar seus regulamentos a legislação do Estado? Qual a esfera soberana em matéria de casamento? Note-se que o juiz, se for católico romano, não merece censura pela lei canônica, se proferir sentença de divórcio, considerando-se a responsabilidade da separação lançada sobre os cônjuges. Se outra vez nos voltarmos para as paginas da história, relendo a vida de Henrique VIII, sua separação de Catarina de Aragão e seu novo casamento com Ana Boleyn, é evidente queClemente VII não teve escrúpulo em conceder dispensa ao rei, fundado em subtilezas canônicas - subtilezas que tinham sido postas à margem, com bastante freqüência, na geração de Henrique. A separação conjugal e o novo casamento tinham sido permitidos pelo papa, na própria família de Henrique. Enquanto o pedido de divórcio, feito por Henrique, estava sendo processado em Roma, sua irmã mais moça, Margarida, esposa de Tiago IV da Escócia; recebia dispensa, com fundamento na afinidade de sangue dos contraentes, em quarto grau. À morte de Tiago, Margarida se casou com o conde de Angus, e depois obteve do papa Clemente VII dispensa para abandonar Angus e desposar Henrique Stewart, que por sua vez se divorciara da esposa para desposar Margarida. Esta conseguiu mais tarde um decreto de anulação de seu casamento com Henrique, ainda que seu filho, Tiago V, evitasse que a decisão fosse publicada. Pouco tempo antes do caso de Henrique VIII, fora concedida dispensa, pelo papa Júlio II, ao rei de Castela, para deixar a esposa, em razão de sua esterilidade, e se casar com outra. No caso de Maria, rainha da Escócia, seu segundo marido escocês, Bothwell, havia conseguido dispensa para desposar Lady Jean Gordon, estando os dois dentro dos graus de proibição canônica; e mais tarde, oito dias antes do casamento de Bothwell com Maria, o casamento daquele com Lady Jean foi declarado nulo, desde o começo, pelo arcebispo da corte, Hamilton. É claro que, para Clemente VII, a questão não estava na infidelidade conjugal ou na moral doméstica. Henrique VIII havia corrompido a irmã mais velha de Ana. Por meio de concubinas, o rei tinha filhos, dos quais fez duques. Nenhum papa o condenou por essas irregularidades. Em época posterior, Clemente foi acusado por Sixto V de favorecer o casamento de Henrique com Catarina, por motivo sórdido. Sixto declarou pecaminosa a união, de tal sorte que a igreja não a podia tolerar. Em matéria de validades de casamento, parece ser verdade que o pontífice romano, quando resolve uma coisa, se sobrepõe a todos os tribunais, quer civis, quer eclesiásticos.

CATÓLICOS E PROTESTANTES

Os Católicos e Os Protestantes Como dissemos, a história das igrejas erradas difere muito da história das igrejas fiéis. Assim como os fiéis que foram apelidados de "anabatistas", elas também tiveram um apelido. Foram conhecidos por Católicos. O Catolicismo Original Em nosso país se conhece apenas o catolicismo romano. No entanto ele não é o único nem o primeiro. O catolicismo primitivo foi uma organização eclesiástica à qual pertenciam várias igrejas. Estas igrejas estavam espalhadas por todo o Império Romano. Após a morte dos apóstolos muitas igrejas sofreram a influência maligna do paganismo. Seus membros, instigados pelos falsos pastores, foram vítimas de ensinamentos errados a respeito da autoridade de Cristo sobre sua igreja e também a respeito de como se chegar até o céu. Tais pastores desviaram grandes igrejas sendo que muitas delas um dia foram grandes baluartes da fé. A própria igreja de Roma é um exemplo. O apóstolo Paulo chegou a escrever uma carta a esta igreja. Porém, devido ao mau uso do púlpito, os falsos pastores desviaram completamente o rebanho. Devido terem aceitado heresias estas igrejas foram excluídas pelas igrejas fiéis em 225.Igreja Católica significa "Igreja Universal". E apesar deste apelido ter sido usado pela primeira vez em 170 pelo bispo de Cartago, referindo-se a todas as igrejas cristãs, ela não tinha a idealização que tem hoje. Este nome começou a ganhar força a partir de 313 quando as igrejas erradas aceitaram ser servas do imperador. Aí sim ficou decidido que a igreja tinha que ser Universal. Tornou-se tão Universal que quem não pertencesse a ela seria punido com a morte. Este pensamento fez com que estas igrejas enchessem suas fileiras de pessoas não convertidas. Em algumas épocas a conversão chegou a ser nacional e não pessoal. Se o rei do país se tornasse católico ele obrigava todo seu povo a ser católico também. O evangelho a partir de 313 deixou de ser proposto para ser imposto sobre todos os moradores do Império Romano.O catolicismo original contava com cinco patriarcados (ou igrejas mais importantes). Eram eles: Jerusalém, Roma, Constantinopla, Antioquia e Alexandria. Estas cinco igrejas brigavam entre si para ver qual delas teria a primazia sobre as demais. Esse quadro começou a mudar com o advento do islamismo. A nova religião praticamente destruiu a importância de três patriarcados: Jerusalém, Antioquia e Alexandria. Isso polarizou o catolicismo em duas grandes correntes. A corrente grega reunia sobre sua autoridade as igrejas do Oriente e foram lideradas pela igreja de Constantinopla. Já a corrente latina reunia sobre a sua autoridade as igrejas do ocidente e foram lideradas pela igreja de Roma. Essas duas igrejas foram rivais até o século IX. Nesse tempo o catolicismo se dividiu. A Divisão do Catolicismo No ano de 869 os bispos de Roma e Constantinopla tiveram um grande atrito entre eles. No final da confusão os pastores de Roma e Constantinopla se excomungaram mutuamente. Desde este dia estas duas igrejas se separaram e até hoje existe dois tipos de Catolicismo. O Catolicismo Oriental - representado pelas igrejas de rito grego - também chamado de Igreja Ortodoxa Grega; e o Catolicismo Ocidental - representado pelas igrejas de rito latino - também conhecido como Igreja Católica Apostólica Romana. Algumas Diferenças dos Dois Catolicismos A infalibilidade papal e a supremacia universal da jurisdição de Roma constituem a diferença essencial, que a igreja ortodoxa não admite, pois ferem a santa Escritura;A sagrada Escritura e a santa tradição representam o mesmo valor como fonte de revelação, segundo a igreja ortodoxa. A romana, no entanto, considera a tradição mais importante que a sagrada Escritura.A virgem Maria, igual às demais criaturas, foi concebida em estado de pecado original. A igreja romana, em 1854, proclamou o dogma de fé: a Imaculada conceição da Virgem Maria.Os sacerdotes ortodoxos podem optar livremente entre o celibato e o matrimônio.A Igreja Ortodoxa só admite ícones nos templos e o batismo é por imersão - mas é infantil.Na Igreja ortodoxa não existem as devoções ao sagrado coração de Jesus, Corpus Christi, Via Crucis, Rosário, Cristo Rei, Imaculada Conceição, Coração de Maria entre outras.Na igreja ortodoxa o chefe principal é chamado de Patriarca e ele deve-se submeter a sua decisão ao Santo Sínodo Ecumênico, que compõe todos os patriarcas chefes das Igrejas Autônomas.Na Igreja Romana o chefe principal é chamado de Papa e a ele se submete toda a igreja.A igreja Ortodoxa segue o ritmo do Catolicismo original compondo-se de diversas igrejas autônomas e nacionais (Ex. Igreja da Rússia, Igreja da Armênia, Igreja Copta). Já a igreja Romana considera-se uma igreja Una, sendo ela mãe e não igual a todas as outras igrejas. A Igreja Católica Realmente Precisava ser Excluída em 225? Pode parecer maldade das igrejas fiéis o fato de terem excluídos de sua comunhão as igrejas erradas em 225. Mas os fatos que se sucederam mostraram que as igrejas fiéis realmente tinham razão.A primeira razão está no espírito que movia as igrejas excluídas. Não era o espírito de Deus. Seus pastores geralmente eram homens cruéis e sanguinários. Os papas foram os maiores perseguidores das igrejas fiéis que o mundo conheceu. Por mais de 1300 anos perseguiram e mataram cruelmente os membros das igrejas fiéis. Com a introdução do batismo infantil seus membros acabaram todos sendo cristãos sem precisarem se converter de seus pecados.Na questão doutrinária os erros aumentam ainda mais. Os dois primeiros erros - formação da hierarquia e salvação pelo batismo - logo foram seguidos por muitos outros. Para que os bárbaros, acostumados com os cultos às imagens, pudessem realmente serem atendidos pela igreja Católica, muitos lideres eclesiásticos entenderam ser necessário materializar a liturgia. Surgiu a idolatria. A veneração de anjos, santos, relíquia, imagens e estátuas foi uma conseqüência lógica deste procedimento. Os pagãos, acostumados à veneração de seus heróis, quando vinham para a igreja católica, pareceu-lhes natural substituir os seus heróis pelos santos e lhes dar um status de semi-divindade. Não tardou e em 590 já veneravam até relíquias, cadáveres, dentes, cabelos ou ossos dos considerados "santos". Ações de graças ou procissões de penitência tornaram-se parte do culto a partir de 313. A oficialização do batismo infantil foi feita a partir de 370. Em 471 foi promulgado o dogma de que Maria é mãe de Deus. Assim, por volta de 590 se desenvolveu rapidamente sua veneração. A doutrina da Imaculada Conceição só apareceu em 1854, e de sua miraculosa assunção em 1950.A cada ano que passa estas igrejas tornam-se cada vez mais longe das Escrituras. Apesar de existir muita gente boa em suas fileiras é impossível alguém que cumpra certo suas doutrinas chegar ao céu. Não se pode servir a dois senhores. A ORIGEM DAS IGREJAS PROTESTANTES No século XVI, por volta de 1500, a igreja Católica Romana passou por uma crise interna que resultou na dissidência de quase metade de seus fiéis. Essa dissidência foi chamada de "Reforma Protestante". Foi dessa reforma que surgiram as Igrejas Luterana, Presbiteriana, Anglicana e a Reformada da Holanda. Todas essas igrejas foram reformadas por padres ou com a ajuda de padres. Os mesmos já não agüentavam tanta heresia e opressão que vinha do Catolicismo Romano. Certos absurdos como mariolatria, purgatório, adoração de santos e imagens e as indulgências, eram erros tão graves, que mesmo um católico bem informado não pode suportar. A ORIGEM DA IGREJA LUTERANA A primeira igreja protestante a surgir foi a Igreja Luterana. Esta igreja leva o nome e as características de seu fundador, Martinho Lutero. Lutero era um homem muito inteligente, porém agressivo. Não concordava com a venda de indulgências e outras heresias da igreja de Roma. Contudo nunca quis abandoná-la. Sua vontade era reformá-la.Em 1512 Lutero começou a pregar contra a salvação pelas obras. Fez muitas conferências confirmando que o justo iria viver da fé. E nisso ele tinha razão. Em vários sermões ele condenou a prática da venda da indulgência. Em 31 de Outubro de 1517 ouviram-se fortes marteladas na porta da Igreja de Wittenberg. Era Lutero condenando o Papa Leão X e seus legados numa bula de 95 teses. Entre estas teses, algumas eram especialmente desafiadoras:"Os pregadores de indulgências erram quando declaram que o perdão do Papa livra o pecador da penitência e assegura-lhe perdão"."Os que se julgam seguros da salvação pelas cartas do Papa, serão amaldiçoados eternamente, e na companhia de seus mestres."Por que o Papa não esvazia o purgatório pelo amor?"Devido a essa bula Lutero foi excomungado pelo Papa em 1519. Mas, apoiado pelos imperadores regionais e pelo povo de muitas cidades alemãs, Lutero levou a afinco suas idéias. Ao meio de muita confusão e guerras ele conseguiu reformar a igreja católica na Alemanha em 1521. Essa igreja foi chamada de Luterana.Seus seguidores foram chamados de luteranos. Na Alemanha e em alguns outros países do norte europeu ela se tornou a religião oficial do pais. A maioria das igrejas católicas que existiam nesses países - contanto os fiéis, prédios e padres - simplesmente se tornaram luteranos. Geralmente as freiras se casaram com ex-padres. O termo missa foi conservado. As formas litúrgicas de dirigir a missa quase não mudou. O batismo infantil era uma lei que devia ser cumprida. A hierarquia continuava a mesma, sendo o primeiro chefe da igreja Luterana o próprio Lutero.A igreja luterana matou e perseguiu os batistas na Alemanha e em todos os países que ela se tornou a igreja oficial do país. No ano de 1525 Lutero ordenou a morte de mais de cem mil anabatistas no sul da Alemanha. Seu ódio aos batistas estava fundamentado no fato que estes, por obedecerem a Bíblia, nunca o aceitaram como um servo de Deus. A ORIGEM DA IGREJA ANGLICANA Em 1531, o rei da Inglaterra, Henrique VIII, queria se divorciar de sua esposa para se casar com outra mulher. O Papa não autorizou o feito. Essa recusa aborreceu o rei, e então ele, que chegou a ser inimigo da reforma proclamada de Lutero, reformou a Igreja Católica na Inglaterra. Essa nova Igreja foi chamada de Anglicana (ou Episcopal). No princípio a única coisa que diferia da Igreja Católica era o fato de não ter papa. Depois, com o passar do tempo, os anglicanos adotaram muitos princípios de Calvino.Assim como os luteranos e os presbiterianos, a igreja anglicana usa o erro do batismo infantil. Também possui uma hierarquia quase igual a do catolicismo. Devido às conquistas da Inglaterra sobre muitos países, essa igreja foi muito favorecida. Está representada em quase todos os países do mundo e é muito forte onde a Inglaterra mantém o seu controle. A igreja Anglicana tem muitas filhas. A mais conhecida em nosso país é a Igreja Metodista.A Igreja Anglicana tornou-se tão intolerante para com os batistas como foi o catolicismo. No Pais de Gales havia um grande número de batistas e por causa da perseguição quase todos tiveram que fugir para a América. A perseguição dos anglicanos aos batistas durou até o ano de 1688. Grandes pastores como Tomas Hellys e John Bunyan fizeram história devido à perseguição que o anglicanismo lhes moveu. A ORIGEM DA IGREJA PRESBITERIANA A Igreja Presbiteriana foi fundado por João Calvino. Ele foi um grande teólogo no sentido teórico, porém, um péssimo executor no sentido prático. Assim como Lutero, ele buscava uma reforma dentro da igreja Católica. Não conseguindo, acabou se rebelando, e, em 1541, formou uma igreja na cidade de Genebra, Suíça. Essa igreja no princípio não tinha um nome definido, mas João Knox, um grande seguidor das idéias de Calvino, chamou-a de PRESBITERIANA.Nesta cidade Genebra, Calvino impôs as suas ordenanças eclesiásticas. Eram leis extremamente rígidas e severas. Ali o evangelho não era pregado mas ordenado aos cidadãos. Proibiu as diversões, as festas, os enfeites e as críticas ao seu governo. Aqueles que eram considerados infratores recebiam duros castigos, inclusive a morte na fogueira. Agindo dessa forma ele queimou feiticeiros, humanistas e batistas. Sua cidade era tão santa que na hora de casar ele não quis uma membra de sua igreja. Casou-se com a viúva de um pastor anabatista.Como foi dito, sua teologia era apenas teórica. Calvino teve verdadeiro ódio pelos batistas, pois os mesmos não aceitarem sua igreja como sendo uma igreja biblicamente correta. Os batistas viam na igreja Presbiteriana alguns erros que não podiam ser deixados de lado. O primeiro era o batismo infantil. O Segundo consistia dela ter se tornado uma religião do Estado. O terceiro foi a formação de uma hierarquia esquematizada em presbitérios.A Igreja Presbiteriana é a religião Oficial da Escócia e está bem organizada em muitos países do mundo inteiro. Hoje ela divide-se principalmente em Igrejas Nacionais (Ex: Presbiterianas do Brasil), as Independentes, e as Renovadas. A ORIGEM DA IGREJA METODISTA Muito próximo do século XVIII nasceram três meninos na Inglaterra. Eram eles: John Wesley, Carlos Wesley e George Whitefield. Estes três se tornaram pais e fundadores de um movimento que mais tarde foi conhecido como metodismo.John Wesley se tornou pastor anglicano em 1728. Apesar disso só aceitou Jesus em 1738, ou seja, dez anos após a sua ordenação. Em 1739 ele foi ser capelão nos EUA. Na viagem de navio, como uma tempestade lhes sobreveio, teve medo de morrer. Acabou notando que tinha no navio um grupo de pessoas que não temiam a morte. Esse grupo cantava e orava alegremente no momento da tempestade. Essas pessoas eram os Irmãos Morávios (os mesmos que receberam a influência dos paulicianos no século XII). John aprendeu muito com esse grupo e, provavelmente, foi por eles batizado.Neste mesmo ano John encontrou-se com George Whitefield. George convidou-o para participar de uma pregação ao ar livre. Carlos também se juntou ao grupo. Assim os três iniciaram um reavivamento na igreja Anglicana. John Wesley nunca rompeu com a igreja da Inglaterra. Ele não queria formar uma nova religião. Contra sua vontade, no ano de 1784, formou-se a Igreja Metodista na cidade de Baltimore, nos EUA.Os metodistas nunca perseguiram os batistas. Na verdade o seu começo está ligado a pessoas que realmente tiveram uma transformação em suas vidas. O erro desta igreja é que conservaram o sistema Episcopal da Igreja Anglicana e o costume de batizar crianças. Pr. Gilberto Stefano
Todas as citações bíblicas são da ACF (Almeida Corrigida Fiel, da SBTB). As ACF e ARC (ARC idealmente até 1894, no máximo até a edição IBB-1948, não a SBB-1995) são as únicas Bíblias impressas que o crente deve usar, pois são boas herdeiras da Bíblia da Reforma (Almeida 1681/1753), fielmente traduzida somente da Palavra de Deus infalivelmente preservada (e finalmente impressa, na Reforma, como o Textus Receptus).(Copie e distribua ampla mas gratuitamente, mantendo o nome do autor e pondo link para esta página de http://solascriptura-tt.org)

A vida nos tempos de Jesus

COMO ERA A VIDA NOS TEMPOS DE JESUS? Este dois excelentes vídeos, muito bem explicado pelo autor, nos dá a entender como viviam os judeus...