O livro de Jó
O livro de Jó tem um lugar muito especial nas Escrituras. Fala sobre o terrível sofrimento de um servo de Deus, e como ele e seus amigos procuraram fazer sentido da angústia dele.
Não achando nenhuma data no livro de Jó, pode-se pensar que fora escrito depois de Ester o livro anterior.. Mas as evidências sugerem que Jó viveu bem antes de Ester.
1. A posição de Jó no Velho Testamento é devido ao estilo de literatura, e não à data. Normalmente reconhecemos quatro ou cinco divisões principais do Velho Testamento. Os primeiros cinco livros (o Pentateuco) explicam a origem do mundo, dos homens e, especialmente, do povo de Israel. Os próximos doze (de Josué a Ester) seguem a história dos judeus da conquista da terra prometida até o cativeiro babilônico e o retorno à terra. Os próximos cinco (de Jó até Cântico dos Cânticos) são livros de sabedoria e louvor. Os últimos 17 (Isaías até Malaquias) são livros proféticos, que relatam algumas pregações de alguns mensageiros de Deus daquela época (às vezes, os livros proféticos são divididos em cinco maiores e doze menores). Percebemos que Jó não segue Ester. É o primeiro dos livros de Sabedoria.
2. Os sacrifícios de Jó. Na época dos Patriarcas, vários servos de Deus faziam sacrifícios em diversos lugares (Gênesis 9:20-21; 12:7-8; 33:20; 35:14; etc.). Uma vez que o povo de Israel chegou à terra prometida, foi proibido para os judeus oferecerem sacrifícios em outros lugares, a não ser no local designado por Deus (Deuteronômio 12:1-14). Além disso, somente sacerdotes levitas faziam esses sacrifícios (Levítico 14:19). Se Jó fosse israelita vivendo sob a Lei dada por meio de Moisés, ele não teria direito de fazer os seus próprios sacrifícios em outros lugares, como fez com a aprovação de Deus (Jó 1:5; 42:8). Portanto a história de Jó é do tempo patriarcal.
3. A idade de Jó. No início do livro de Jó, achamos um homem casado com dez filhos adultos e muitas posses. Depois de suas experiências com sofrimento e os debates com seus amigos, Jó ainda viveu 140 anos (42:16-17). Ao todo, a vida de Jó certamente chegou perto de 200 anos, e talvez foi muito além dessa idade. Sabemos que os homens nos primeiros capítulos de Gênesis atingiam idades bem avançadas. Depois do dilúvio, as idades começaram a diminuir. Abraão viveu 175 anos; Isaque, 180; Jacó, 147; José, 110; etc. Depois do livro de Gênesis, não há registro de ninguém que viveu 140 anos ou mais. Este fato sugere que Jó se encaixa na época dos Partriarcas, talvez durante ou antes do tempo de Abraão.
Jó, sem o privilégio que nós temos de estudar a história de milhares de anos da fidelidade de Deus para com os homens, se mostrou fiel ao Senhor. O exemplo dele de enfrentar calamidades com plena confiança em Deus nos desafia hoje. E nós temos a vantagem de podermos ler o livro de Jó e dezenas de outros livros que mostram a fidelidade e a bondade do Senhor!
–por Dennis Allan –
fonte: http://www.estudosdabiblia.net/bd11_09.htm
Um Dos mais antigos livros das Escrituras inspiradas! Um livro tido na mais alta estima e muitas vezes citado, todavia muito pouco entendido pela humanidade. Por que foi escrito este livro, e de que valor é para nós hoje? A resposta é indicada no significado do nome de Jó: "Objeto de Hostilidade." Sim, este livro trata de duas importantes perguntas: Por que sofrem os inocentes? Por que permite Deus a iniqüidade na terra? Temos o registro do sofrimento de Jó e de sua grande perseverança para considerarmos ao responder a essas perguntas. Tudo foi registrado por escrito, precisamente como Jó pediu. — Jó.19:23, 24.
Jó se tornou sinônimo de paciência e perseverança. Mas, será que existiu mesmo uma pessoa chamada Jó? Apesar de todos os esforços do Diabo de remover este excelente exemplo de integridade das páginas da história, a resposta é clara. Jó foi personagem real! Deus o menciona junto com Suas testemunhas Noé e Daniel, cuja existência foi aceita por Jesus Cristo. (Eze.14:14, 20; compare com Mateus.24:15, 37.) A antiga nação hebréia encarava a Jó como pessoa real. O escritor cristão Tiago menciona o exemplo de perseverança de Jó. (Tia.5:11) Somente um exemplo da vida real, e não um fictício, teria peso para convencer os adoradores de Deus de que é possível manter a integridade sob todas as circunstâncias. Ademais, a intensidade e o sentimento dos discursos registrados em Jó testificam a realidade da situação. A autenticidade e a inspiração do livro de Jó são também provadas por os antigos hebreus sempre o terem incluído em seu cânon da Bíblia, um fato notável visto que o próprio Jó não era israelita. Além das referências feitas por Ezequiel e por Tiago, o livro é citado pelo apóstolo Paulo. (Jó.5:13; 1 Cor.3:19) Prova poderosa da inspiração do livro é sua surpreendente harmonia com os fatos provados das ciências. Como se poderia saber que Deus "suspende a terra sobre o nada", quando os antigos tinham os conceitos mais fantásticos sobre como a terra era sustentada? (Jó.26:7) Um conceito que se tinha na antiguidade era que a terra se apoiava em elefantes que estavam em pé sobre uma grande tartaruga-marinha. Por que não reflete o livro de Jó tal tolice? Obviamente porque Deus, o Criador, forneceu a verdade mediante inspiração. As muitas outras descrições da terra e suas maravilhas, bem como dos animais selvagens e das aves nos seus habitats, são tão exatas que só mesmo o Senhor Deus poderia ser o Autor e Inspirador do livro de Jó. Jó morava em Uz, localizada, segundo alguns geógrafos, no Norte da Arábia, perto da terra ocupada pelos edomitas, e a leste da terra prometida à descendência de Abraão. Os sabeus ficavam ao sul, os caldeus, ao leste. (1:1,3,15,17) A época da provação de Jó foi muito depois dos dias de Abraão. Foi num tempo em que não havia "ninguém igual a [Jó] na terra, homem inculpe e reto". (1:8) Este parece ser o período transcorrido entre a morte de José, um homem de notável fé, e o tempo em que Moisés iniciou seu proceder de integridade. Jó se distinguia na adoração pura durante este período em que Israel estava contaminado com a adoração demoníaca do Egito. Ademais, as práticas mencionadas no primeiro capítulo de Jó, e aceitar Deus a Jó como verdadeiro adorador, indicam os tempos patriarcais. — Jó.1:8; 42:16, 17.
O vigoroso estilo autêntico da poesia hebraica, empregado no livro de Jó, torna evidente que era composição original em hebraico. Não poderia ter sido tradução de outro idioma como o árabe. Também, os trechos em prosa têm mais forte semelhança com o Pentateuco do que com quaisquer outros escritos da Bíblia. O escritor deve ter sido israelita, porque os judeus "foram incumbidos das proclamações sagradas de Deus". (Rom.3:1,2). De acordo com The New Encyclopædia Britannica (A Nova Enciclopédia Britânica), o livro de Jó é muitas vezes "contado entre as obras-primas da literatura mundial". Entretanto, o livro é muito mais do que uma obra-prima literária. Jó se destaca entre os livros da Bíblia em exaltar o poder, a justiça, a sabedoria e o amor de Deus. Revela com a máxima clareza a questão primária colocada diante do universo. Esclarece muito do que é dito em outros livros da Bíblia, especialmente Gênesis, Êxodo, Eclesiastes, Lucas, Romanos e Apocalipse. (Compare Jó.1:6-12; 2:1-7 com Gênesis.3:15; Êxodo.9:16; Lucas.22:31,32; Romanos.9:16-19 e Apocalipse.12:9; também Jó.1:21; 24:15; 21:23-26; 28:28 com Eclesiastes.5:15; 8:11; 9:2, 3; 12:13, respectivamente.) Fornece as respostas a muitas perguntas da vida. É seguramente parte integrante da inspirada Palavra de Deus, à qual contribui muito no sentido de entendimento proveitoso.
Fonte: http://br.geocities.com
Minhas observações conclusivas
Aprendendo com quem já teve o trabalho dedicado e voltado ao estudo do livro de Jó, fica claro e confiante acreditar que o livro de Jó, não foi um simples livro escrito tal como um romance. O que é difícil é crer que um homem só, possa ter sido integralmente justo, integralmente santo e fiel a Deus, e ainda sofrendo tudo isto não ter sido arrebatado, ou transladado como foi Enoque. Ou como Elias, ou então Moisés.Por outro lado posso acreditar que Jó foi meramente um instrumento para que Deus pudesse provar a satanás que na terra havia um homem justo e íntegro. Mas Deus precisa porventura provar algo à alguém? Este Deus soberano, onisciente e onipotente, não precisa provar nada a ninguém. Mas Como está escrito. Ele faz de seus anjos ventos e de seus ministros labaredas de fogo. Deus então usou Jó para deixar ensinamento ao homem que se dedica em servir ao Senhor. Mesmo que sejamos entregues nas mãos de satanás, para o mesmo fazer o que bem entender com o consentimento de Deus, não será pelo fato de sermos desobedientes, ou por pecarmos. No livro de Jó temos ensinos de humildade, paciência, perseverança, submissão, esperança, longanimidade, integridade, firmeza e fé. E tantos outros atributos que se possa imaginar. Na verdade foi satanás quem decidiu desafiar a Deus, pois o mesmo jamais se conformou por ver Deus dar tanta atenção a uma criatura, cheia de defeitos, cheia de falhas, sem poderes. Esta criatura chamada homem, que Deus criou não para ser um mero objeto de disputa entre Deus e satanás, mas para que neste homem Deus projetasse a sua imagem e sua semelhança.
Paulo Sobrinho